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Sexta-feira da Paixão


CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO DO SENHOR 
Sexta-feira da Paixão | Beijo da Cruz

INTRODUÇÃO

312. Neste dia, em que “Cristo nossa Páscoa foi imolado”, torna-se clara realidade o que desde há muito havia sido prenunciado em figura e mistério: a ovelha verdadeira substitui a ovelha figurativa, e mediante um único sacrifício realiza-se plenamente o que a variedade das antigas vítimas significava.

Com efeito, “a obra da Redenção dos homens e da perfeita glorificação de Deus, prefigurada pelas suas obras grandiosas no povo da Antiga Aliança, realizou-a Cristo Senhor, principalmente pelo mistério pascal da sua bem-aventurada Paixão, Ressurreição de entre os mortos e gloriosa Ascensão, ministério este pelo qual morrendo destruiu a nossa morte e ressuscitando restaurou a nossa vida. Foi do lado de Cristo adormecido na cruz que nasceu o admirável sacramento de toda a Igreja. Ao contemplar Cristo, Senhor e seu Esposo, a Igreja comemora o seu próprio nascimento e a sua missão de estender a todos os povos os salutares efeitos da Paixão de Cristo, efeitos que hoje celebra em ação de graças por dom tão inefável.

313. Pelas três horas da tarde, salvo se razão pastoral leve a escolher hora mais tardia, celebra-se a paixão do Senhor que consta de três partes: liturgia da Palavra, adoração da Cruz e Sagrada Comunhão. 

314. O altar deve estar completamente desnudado, sem cruz, sem castiçais, sem toalhas. 

REQUISITOS

315. Para a celebração da Paixão do Senhor, deve-se preparar:
  • a) na sacristia:
− para o Bispo e diáconos, paramentos de cor vermelha, como para a Missa; o Bispo usará mitra simples, mas não o anel nem o báculo;
− para os restantes ministros, alvas e outras vestes devidamente aprovadas;
  • b) em lugar apropriado: 
− a cruz (coberta com o véu, no caso de se adotar a primeira forma);
− dois castiçais;
  • c) no presbitério:
− Missal;
− Lecionários;
− toalhas;
− corporais;
− estolas vermelhas para os presbíteros e diáconos que receberem a Comunhão;
  • d) no lugar em que ficou reposto o Santíssimo Sacramento:
− véu de ombros, vermelho ou branco, para o diácono;
− dois castiçais para os acólitos.

RITOS INTRODUTÓRIOS

316. O Bispo e os diáconos, revestidos de paramentos vermelhos, como para a Missa, dirigem-se em silêncio para o altar. O Bispo depõe a mitra, faz a devida reverência, prostra-se de rosto por terra, ou, se preferir, ajoelha-se no genuflexório desguarnecido, e ora em silêncio durante algum tempo. O mesmo fazem todos os demais.

317. Depois, o Bispo dirige-se com os diáconos, para a cátedra, onde, voltado para o povo e de mãos estendidas, reza a oração: Ó Deus, pela paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Depois, senta-se e recebe a mitra.

LITURGIA DA PALAVRA

318. Em seguida, estando todos sentados, proclama-se a primeira leitura, do Livro do profeta Isaías, com o respectivo salmo. Segue-se a segunda leitura, da Epístola aos Hebreus.

319. Começando o canto antes do Evangelho, todos se levantam, exceto o Bispo. Para a leitura da história da Paixão, não se usam incenso nem luzes. Os diáconos que vão ler a história da Paixão pedem a bênção ao Bispo e recebem-na como de costume. O Bispo depõe a mitra e levanta-se. Em seguida, lê-se a história da Paixão segundo São João. Omite-se a saudação ao povo e o sinal da cruz sobre o livro.

Depois de anunciada a morte do Senhor, todos se ajoelham, e faz-se pequena pausa. No fim, diz-se: Palavra da salvação, mas não se beija o livro. Terminada a história da Paixão, o Bispo profere breve homilia. No fim, os fiéis podem ser convidados pelo Bispo ou por diácono a orar por breve espaço de tempo.

320. Após a homilia, o Bispo, de pé, sem mitra, junto da cátedra ou, se for mais conveniente, junto do altar, recita de mãos estendidas a oração universal, como vem no Missal, escolhendo, se for necessário, as orações mais apropriadas. As fórmulas invitatórias, que exprimem as intenções desta oração, podem, se for conveniente, ser proferidas pelos diáconos, do ambão. Durante todo o tempo destas orações, os fiéis podem permanecer de joelhos ou de pé.

ADORAÇÃO DA SANTA CRUZ

321. Segue-se a isto a apresentação e adoração da Santa Cruz, adotando uma das formas propostas pelo Missal:

a) Primeira forma de apresentar a Santa Cruz: Enquanto um diácono leva a Cruz velada até ao altar, acompanhada de dois acólitos com velas acesas, o Bispo dirige-se para o altar com os seus diáconos assistentes. Aí, de pé, sem mitra, recebe a Cruz e vai descobrindo-a sucessivamente por três vezes, apresentando-a aos fiéis para que a adorem, entoando, cada vez, a fórmula invitatória: Eis o lenho da cruz(que o diácono pode continuar, ou conforme o caso, o coro). Todos respondem: Vinde, adoremos. Terminado o canto, todos se ajoelham e adoram em silêncio durante uns breve momentos, enquanto o Bispo se mantém de pé, sustentando a Cruz levantada. Em seguida, acompanhado por dois acólitos com velas acesas, o diácono leva a Cruz para a entrada do presbitério, ou para outro lugar adequado, e aí a coloca ou a entrega aos ministros para que a sustentem, depois de colocarem as velas à direita e à esquerda da Cruz.

b) Segunda forma de apresentar a Santa Cruz: Enquanto o Bispo permanece de pé, e sem mitra junto da cátedra, o diácono, acompanhado dos acólitos, dirige-se para a porta da igreja, e aí recebe a Cruz descoberta; os acólitos tomam-se os castiçais com as velas acesas, e organiza-se a procissão pela igreja em direção ao presbitério. Junto à porta, ao meio da igreja e à entrada do presbitério, o diácono eleva a Cruz e canta-se a fórmula invitatória: Eis o lenho da Cruz, e todos respondem: Vinde, adoremos. Depois de cada resposta, permanecendo o Bispo de pé, todos se ajoelham e adoram em silêncio por uns breves momentos. Em seguida, o diácono coloca a Cruz à entrada do presbitério, ou noutro lugar, como ficou dito acima.

322. Para a adoração da Cruz, vai primeiro o Bispo, sem mitra, sem casula e, se lhe parecer bem, sem sapatos, de cabeça descoberta. Ajoelha diante da Cruz, beija-a, e retira-se para a cátedra, retoma o calçado e a casula, e senta-se, sem mitra. Após o Bispo, vão os diáconos, depois o clero e os fiéis. Vão passando em forma de procissão, saúdam a Cruz com a simples genuflexão ou com outro sinal adequado, de acordo com os costumes de cada região, por ex., beijando a Cruz. Enquanto isso, canta-se a antífona: Adoremos Senhor, vosso madeiro, os Lamentos do Senhor, ou outros cantos apropriados. À medida que adoraram a Cruz todos se sentam nos seus lugares.

323. A Cruz exposta à adoração deve ser uma só. Se os fiéis, por serem muitos, não puderem aproximar-se um a um, o Bispo, depois de uma parte do clero e dos fiéis ter adorado, toma a Cruz, e, no estrado do altar, com breves palavras convida o povo à adoração da Santa Cruz; em seguida, sustenta-a levantada durante algum tempo, e os fiéis adoram-na em silêncio.

SAGRADA COMUNHÃO

324. Terminada a adoração, a Cruz é levada pelo diácono para o seu lugar no altar, enquanto o Bispo volta para a cátedra. Os castiçais acesos colocam-se junto do altar ou perto da Cruz. Estende-se a toalha sobre o altar, e colocam-se o corporal e o Missal.

325. Em seguida o diácono, com o véu de ombros, leva o Santíssimo Sacramento, pelo caminho mais curto, do lugar de reposição para o altar. Acompanham o Santíssimo Sacramento dois acólitos com castiçais acesos, que colocam junto do altar ou sobre ele. Enquanto isso, o Bispo e todos os demais levantam-se e ficam de pé em silêncio.

326. Quando o diácono colocar o Santíssimo Sacramento sobre o altar e descobrir a píxide, o Bispo aproxima-se com os diáconos, genuflete e sobe ao altar. Recita-se a oração dominical com o respectivo embolismo e distribui-se a Comunhão, na forma indicada no Missal.

327. Se o Bispo participar da ação sagrada, mas sem presidi-la, convém que, pelo menos depois da adoração da Cruz, revista, sobre o roquete, a estola e o pluvial de cor vermelha e presida ao rito da Comunhão. Se nem isto fizer, toma a estola para a Comunhão, e comunga junto ao altar por suas próprias mãos, logo a seguir ao celebrante.

328. Terminada a distribuição da Comunhão, o diácono, com o véu de ombros, leva a píxide para o lugar preparado fora da igreja, ou, se as circunstâncias assim o exigirem, coloca-a no sacrário;

329. Em seguida, o Bispo, observando, se convier, algum tempo de silêncio sagrado, recita a oração depois da Comunhão.

RITO DE CONCLUSÃO

330. Terminada a oração depois da Comunhão, segue-se a despedida: o Bispo, de pé, voltado para o povo, de mãos estendidas sobre ele, reza a oração: Que a vossa bênção.

331. O Bispo genuflete à Cruz, recebe a mitra, e todos se retiram em silêncio. Em tempo oportuno, desnuda-se o altar.
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Fonte: Cerimonial dos Bispos, Capítulo X
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Quinta-Feira Santa (Missa de Lava-Pés)

MISSA DA CEIA DO SENHOR 
Celebrada na Quinta-feira Santa | Missa de lava-pés

DESCRIÇÃO DA MISSA

297. Nesta Missa, que se celebra na tarde da Quinta-feira Santa, a Igreja dá início ao sagrado Tríduo Pascal e propõe-se comemorar aquela última ceia na qual o Senhor Jesus, na noite em que ia ser entregue, tendo amado até ao fim os seus que estavam no mundo, ofereceu a Deus Pai o seu Corpo e Sangue sob as espécies ao pão e do vinho, e os entregou aos Apóstolos para que os tomassem, e lhes mandou, a eles e aos seus sucessores no sacerdócio, que os oferecessem também.

Nesta Missa, faz-se, portanto, memória: da instituição da Eucaristia, memorial da Páscoa do Senhor, na qual se perpetua no meio de nós, através dos sinais sacramentais, o sacrifício da nova Lei; da instituição do sacerdócio, pelo qual se perpetua no mundo a missão e o sacrifício de Cristo; e também da caridade com que o Senhor nos amou até à morte. Tudo isto procure o Bispo propô-lo de forma adequada aos fiéis mediante o ministério da palavra, para que eles possam penetrar mais profunda e piedosamente em tão sublimes mistérios e vivê-los mais intensamente na prática da sua vida.

298. Embora o Bispo tenha já celebrado de manhã a Missa crismal, tenha, contudo, a peito celebrar igualmente a Missa da Ceia do Senhor, com a participação plena dos presbíteros, diáconos, ministros e fiéis reunidos em torno de si. Os sacerdotes que houverem concelebrado na Missa crismal podem igualmente concelebrar outra vez na Missa vespertina.

REQUISITOS

299. Além do que é requerido para a celebração da Missa estacional, deverá preparar o seguinte:
  • a) em lugar conveniente do presbitério:
− uma píxide com partículas a consagrar para a Comunhão do dia seguinte;
− véu de ombros;
− um segundo turíbulo com a respectiva naveta;
− tochas e velas.
  • b) no lugar onde se faz o lava-pés: 
− assentos para os homens designados;
− jarro com água e bacia;
− toalhas para enxugar os pés;
− gremial de linho para o Bispo;
− as coisas necessárias para o Bispo lavar as mãos.
  • c) na capela onde se guarda o Santíssimo Sacramento:
− sacrário ou cofre para a reposição;
− luzes, flores e outros ornamentos adequados.

DESCRIÇÃO DO RITO

300. Preparação, entrada na igreja e liturgia da Palavra cumprem-se como de costume da Missa estacional. Enquanto se canta o hino: Glória a Deus na alturas, tocam-se os sinos, os quais, depois deste toque, ficam silenciosos até à Vigília Pascal, a não ser que a Conferência Episcopal ou o Bispo diocesano, segundo as conveniências, determine outra coisa. Dentro deste mesmo período, podem-se utilizar o órgão e outros instrumentos musicais, mas só para sustentar o canto.

301. Após a homilia, na qual serão postos em relevo os importantíssimos mistérios que nesta Missa são recordados, ou seja, a instituição da Sagrada Eucaristia e da ordem sacerdotal, bem como o mandamento do Senhor sobre a caridade fraterna, procede-se, onde razões pastorais o aconselharem, ao lava-pés. Os homens que para isso tenham sido escolhidos são conduzidos pelos ministros para os assentos preparados em lugar adequado. O bispo depõe a mitra e a casula, mas não a dalmática, no caso de a usar, cinge-se, se for conveniente, com um gremial de linho adequado, aproxima-se de cada um dos homens, deita-lhes água nos pés e enxuga-os, ajudado pelos diáconos. Enquanto isso, cantam-se as antífonas indicadas no Missal, ou outros cantos adequados.

302. Depois do lava-pés, o Bispo volta para a cátedra, lava as mãos e retoma a casula. Como nesta Missa não se recita o símbolo, segue-se imediatamente a oração universal.

303. No início da liturgia eucarística, pode-se organizar uma procissão de fiéis com dádivas destinadas aos pobres. Entrementes, canta-se: Onde o amor e a caridade ou outro canto apropriado.


304. Desde a preparação dos dons até a Comunhão, inclusive, faz-se tudo como na Missa estacional, com os textos próprios da Oração eucarística que vêm no Missal.

305. Terminada a Comunhão dos fiéis deixa-se em cima do altar a píxide com as partículas para a Comunhão do dia seguinte, e reza-se a oração depois da Comunhão.

306. Dita esta, e omitidos os ritos de conclusão, o bispo, de pé diante do altar, impõe incenso no turíbulo e benze-o; e, de joelhos, incensa o Santíssimo Sacramento. Depois recebe o véu de ombros, sobe ao altar, genuflete e, ajudado pelo diácono, recebe a píxide nas mãos, cobertas com as extremidades do véu.

307. Organiza-se a procissão, na qual, através da igreja, é levado o Santíssimo Sacramento até ao lugar de reposição, preparado numa capela. À frente, vai um acólito com a cruz, acompanhado dos acólitos que levam os castiçais com as velas acesas; a seguir, o clero, os diáconos, os concelebrantes, o ministro com o báculo do Bispo, dois turiferários com os turíbulos fumegando, o Bispo com o Santíssimo Sacramento, um pouco atrás os dois diáconos assistentes, depois os ministros do livro e da mitra. Todos levam velas; e, junto do Santíssimo Sacramento, levam-se tochas. Enquanto isso, é cantado o hino Canta, Igreja (omitindo as duas últimas estrofes) ou outro canto eucarístico, conforme os costumes locais.

308. Ao chegar ao lugar da reposição, o Bispo entrega a píxide ao diácono. Este depõe-na sobre o altar ou dentro do sacrário, cuja porta deixa aberta. E enquanto se canta: tão sublime sacramento, ou outro canto apropriado, incensa, de joelhos, o Santíssimo Sacramento. Depois, o diácono introduz o Santíssimo no sacrário ou fecha a porta.

309. Após breves momentos de adoração em silêncio, todos se levantam, genufletem e regressam à sacristia, indo o Bispo de mitra e báculo.

310. Em tempo oportuno, desnuda-se o altar e, sendo possível, retiram-se as cruzes da igreja. É conveniente cobrir as cruzes que ficarem na igreja a não ser que já esteja cobertas por decisão da Conferência Episcopal.

311. Exortem-se os fiéis a que façam adoração diante do Santíssimo Sacramento, durante a noite, conforme as circunstâncias e os lugares o permitirem. A partir da meia-noite, porém, esta adoração deve ser feita sem solenidade.
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Fonte: Cerimonial dos Bispos, Capítulo IX
Author: PS4 - Dicas, Cheats, Guias, Troféus e muito mais Comments: 0

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